Em 2003, antes de Dalila Rodrigues ser nomeada Directora, o Museu Nacional de Arte Antiga tinha recebido 71.973 visitantes. No ano passado foram 192.452. As receitas do museu passaram de 250 mil euros, em 2003, para um milhão e 109 mil euros, em 2006.
Aos números podem juntar-se as memoráveis exposições temporárias (colecção Gustavo Rau, o brilho das Imagens, o extraordinário enquadramento expositivo da aquisição da pintura Ecce Homo de Frei Carlos), o dinamismo com que organizou a noite dos museus, a angariação de mecenato e a forma contemporânea de abrir o museu à cidade e às pessoas.
O que é que a Ministra da Cultura faz, perante este caso de sucesso de um dos nossos mais prestigiados "equipamentos culturais"? Manda embora.
Porquê? Porque esta gestora e programadora cultural tive a audácia, a insolência, o desplante de ter opinião própria. Pior, não só pensou pela sua própria cabeça como se atreveu a ter sucesso, a demonstrar que sabia o que fazia. Uma provocação assim não é admissível neste ministério da cultura.
Para um governo que se afirma de "esquerdista" (Canhotos do CARA...!!!) e que repudia os anos de repressão ditatorial em Portugal, esta medida parece-me, a mim, ter mais de lapis azul que de outra coisa. Aliás, descobri recentemente que o governo de José Sócrates quer criar uma nova entidade pública de seu nome Serviço Integrado de Segurança Interna (SISI). EHEH!!! que nome engraçado. Faz-me lembrar um bando de paneleiros, vestidos de cor-de-rosa que vão tentar parar as vozes da contestação com puxões de cabelo e arranhadelas. Está para breve a possibilidade desses supostos agentes dos serviços secretos portugueses virem a ter identidades falsas para, diz o governo, salvaguardar a segurança das informações de segurança. Tenho para mim que o Sócrates é fã do James Bond. Só pode!!!
Ainda me pergunto como é que 90% dos portugueses se admiram do Dr. Salazar ter ganho o prémio de maior português de todos os tempos. Acredito que os anos de repressão não tenham sido fáceis, mas pelo menos não se camuflava num regime de esquerda de justiça social tal como o "Engenheiro" Sócrates. Eu arrisco-me a dizer que existe mais gente contra o regime actual do que contra o regime do Dr. Salazar. E isto nada tem a ver com o facto da existência de repressão política e social durante o Estado Novo.
Para concluir, a ministra e primeiro-ministro assumem a ideologia por detrás deste governo e da sua visão para a administração pública: "incompetentes do mundo, uni-vos" (ou unide-vos como diriam os mesmos incompetentes). Aguardam-se os cartazes pelas ruas, com tão belo chavão...
